terça-feira, 29 de março de 2011

A opinião dos amigos


Beth! Adorei o "Angeli". Punk-rock-noir-intimista. Agradecido pelo convite. bjão
8 hours ago · · · See Friendship

quarta-feira, 16 de março de 2011

quinta-feira, 10 de março de 2011

Criticas na Imprensa e impressões dos amigos


Impressões sobre Angeli 24 horas enviadas pelos amigos





De: Andréa França

Assunto: sessão angeli

Data: 19 juillet 2010 21:42:26 UTC-03:00

Para: Beth Formaggini

querida,

gostei MUITO do filme. Tentei te ligar mais cedo, mas não consegui falar contigo.

A idéia de fazer aquela projeção dos quadrinhos e a sombra do Angeli projetada por cima dos desenhos é genial. Funciona super bem. Ele fica ali, meio autor, meio personagem, meio sombra e parte daquilo tudo.

Parabéns e todo sucesso!

bjs

AndreaF

De: marta mestre

Assunto: Re: FW: Sessão "secreta" de Angeli 24h

Data: 20 juillet 2010 10:22:14 UTC-03:00

Beth

Não deu depois para comentar com você mas gostava de te dizer que gostei mesmo muito, especialmente a insersão do teu "personagem" na paisagem do comic, o cenário que adoptaram para ele poder tomar o ponto de vista, comentar os vários quadrinhos e seus personagens criados, etc. Esse aspecto é crucial na tua curta.

Talvez o aspcto que achei que pudesse estar demasiado cheio, mas isso é um ponto de vista muito muito pessoal, é o uso da música, que está muito bem, no acompanhamento das imagens da cidade (brutais!!) e nas sequências de voz-off, mas que as vezes se sobrepõe quando o angeli fala para a câmera...

PARABÉNS, PARABÉNS E MAIS UMA VEZ PARABÉNS.

Marta Mestre

De: Patricia Silva

Assunto: Angeli

Data: 19 juillet 2010 16:04:10 UTC-03:00

Para: Beth Formaggini

Querida,

eu não sei se o filme me ganhou quando o Angeli disse que é virginiano, "e que virginiano anda de baú", ou se quando ele falou que "quando a gente tenta, a gente erra". Mas, não. Isso seria reduzir muito a beleza do filme em pró das minhas necessidades, e ele merece bem mais que isso.

Mas é que eu ando em busca de filmes que investem nessa fatura da tentativa e do erro, que fazem do risco a sua forma, e que investem em uma estética que tanto reporta ao personagem enquanto (protei) forma, quanto informa sobre a honestidade do realizador em aceitar que não tem como ir além do personagem. "Angeli" é samba de uma nota só, na medida em que busca o Angeli em sua própria perfomance (e, graças a Deus, não incorre naqueles barbarismo de biografias que procuram encontrar o sujeito na sua gênese familiar, no percurso cronológico do tempo do mundo).

Tem uma frase do Arquiloco, que o Isaiah Berlin usa em um ensaio muito bonito sobre Tolstoi, que diz que "A raposa conhece muitas coisas, mas o porco-espinho conhece uma só e muito importante". Claro é que a gente pode se apropriar dela de inumeras formas e dar a ela o significado que nos convém. Mas voce poderia escolher descobrir o Angeli pelos amigos, pela família, pela cronologia da vida; mas escolheu conhecer de uma só, e muito importante: o Angeli na exata medida em que ele existe hoje, que é um acumulo e um filtro de passados e histórias.

Acho que o seu gesto ensaístico é vigoroso e altamente saudável para a produção do documentário. Acho que posso dizer que é o teu filme com o qual mais me identifico porque talvez seja o teu personagem mais 'terceira dimensão', que pula da tela e parte na direção da platéia.

Enfim, fui muito mais abstrata que deveria, considerando que o filme tem um ritmo impar, um roteiro muuuuuuuitissimo criativo e uma partitura sonora que é certamente um personagem na história que voce conta.

Um beijo enorme e to super na torcida!

PAT

de Walter Lima Jr.:

“ Beth querida,

Meus parabéns! Você fez um filme lindo! Generoso, curioso, bonito visualmente e com uma carga de humanidade intensa!...Você tem que ficar muito contente de ter feito um trabalho refinado, de alta precisão sobre a natureza humana e o inferno de cada dia.

de Vincent Carelli:

“Beth, maravilhoso o Angeli 24 horas. Parabéns a vc, à Joana, linguagem , arte, densidade, tudo de bom .”

deu no Blog de Maria José Silveira:

www.mariajosesilveira.wordpres

“Beth, Angeli e São Paulo

Beth Formaggini, minha querida amiga cineasta, está em fase de finalização de um belo curta-metragem. Contando com tudo de que precisava – um tema super interessante (Angeli e sua obra), domínio de técnicas perfeitamente adequadas, muita criatividade, lindas imagens e falas enxutas – Beth está fazendo um curta muito, muito bom. Sabe quando tudo serve perfeitamente ao tema escolhido? Imagens, som, técnica, ritmo: tudo trabalhando em função de uma ideia, e dando um belo resultado? Pois esse curta – “Angeli 24 horas” – é assim. E aí a gente percebe o quanto Angeli é a cara de São Paulo.

Quando entrar em cartaz, aviso pra vocês. “

Imprensa

MATERIAS SOBRE ANGELI 24 HORAS

Critica do Estadão durante o Festival de Brasília - LUIZ ZANIN

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101127/not_imp645876,0.php

http://blogs.estadao.com.br/luiz-zanin/diario-de-brasilia-curtas-angeli-24h-e-contagem/

Diário de Brasília 2010: curtas Angeli 24h

por Zanin

27.novembro.2010 10:19:42

Curtas. Angeli 24 Horas, de Beth Formaggini, conquistou o público de Brasília. Não apenas porque seu personagem é uma figuraça, o cartunista Angeli, mas porque o processo de construção do curta reproduz o frenético ritmo mental do artista. Angeli é visto no processo de feitura do seu cartum político diário para o jornal do dia seguinte. Nos intervalos, é entrevistado, evoca suas raízes (rapaz de classe média baixa, família de imigrantes italianos, garoto paulistano da Casa Verde) e seu processo de trabalho. É um intelectual punk e de alma proletária, esse criador de tipos como a Re Bordosa, os Scrotinhos e Bob Cuspe. Um tipo que “mata” suas criaturas quando essas passam a ser assimiladas pelo público. Esse furor rock”n”roll da mente de Angeli é captado na linguagem do filme, muito, muito bom de Beth Formaggini

http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/11/ficcao-e-realidade-se-misturam-na-segunda-noite-do-festival-de-brasilia.html

Pop & Arte

26/11/2010 06h00 - Atualizado em 26/11/2010 06h00

Ficção e realidade se misturam na segunda noite do Festival de Brasília

A rotina e as obssessões do cartunista Angeli foram tema de curta.

Jamila Tavares

Do DF TV

Angeli
 Realidade e ficção também se encontraram no curta “Angeli 24 horas”, sobre o cotidiano de um dos cartunistas mais importantes do país. A diretora Beth Formaggini jogou luz sobre a obsessão de Angeli pelo trabalho e sobre o desafio diário que ele se propõe de ultrapassar as fronteiras da cultura pop e se renovar.

O mergulho no universo do criador de personagens icônicos como Rê Bordosa, Bob Cuspe e os Skrotinhos divertiu o público. “Cinema é invenção, é para pensar, para dançar. Agradeço ao Angeli que foi muito generoso e se expôs no filme" afirmou Beth antes da exibição do curta.

carmattos.wordpress.com/category/cinema

As asas de Angeli

25 11 2010

Caos, crise, obsessão, poluição, velocidade. É o apocalipse ou um dia na vida de São Paulo? Nada disso, ou talvez um pouco de tudo isso. Estamos falando do mundo do cartunista Angeli. Estamos no coração de um fantástico curta que estreia esta noite no Festival de Brasília. Beth Formaggini vinha me segurando as mãos quase literalmente para que nada quebrasse o ineditismo exigido pelo festival. Pronto, acabou. Já posso escrever sobre Angeli 24 Horas.

Beth não poderia ter sido mais feliz nesta apresentação do personagem Angeli em meio a seus escrotinhos, bananas, rê bordosas, bob cuspes, freaks, políticos xexelentos, cônjuges monstruosos et caterva. O cronista que criou essa épica do vil é ele mesmo um compulsivo, cara de mal dormido, fala e gestos nervosos, como se fosse explodir dentro de 10 segundos e deixar a parede do estúdio coberta de gosma verde.

O filme potencializa essa identificação entre criador e criaturas colhendo a autoanálise de Angeli num estúdio decorado com motivos gráficos, trabalhando muito com a relação entre figura e sombra, e projetando as tiras sobre seu corpo numa espécie de instalação. Além disso, filma pontos-chave de São Paulo em ritmo acelerado e “encontra” nas ruas figuras reais que poderiam ter inspirado personagens de Angeli. Assim é que artista e cidade se fundem pela lógica dos fluxos incessantes. Embora saia pouco da prancheta, Angeli flutua com sua imaginação mórbida, radical e divertidíssima pelos espaços da metrópole, tal como o anjo de Asas do Desejo. Entre seguir em frente e mudar de rumo, Angeli opta pelas duas coisas.

Eixo quebrado entre as várias câmeras que o filmavam, ele fala de suas grandes inspirações; conta como se livrou de seus personagens mais célebres e das propostas de massificação; como encontrou na tragédia familiar do amigo (e muso) Laerte a deixa para uma guinada em sua carreira; por que prefere os diabos aos deuses na hora de riscar o papel. Para cada afirmação ou dúvida, Beth vai localizar a tirinha adequada para fazer a passagem entre pensamento e obra, movimento e resultado. Como eixo central e justificativa do título, Angeli vai preparando a charge que sairá no dia seguinte num jornal paulista.

Outro elemento fundamental para a incrível coesão artística do filme é a trilha sonora heavy e aliciante de JR Tostoi (do grupo Vulgue Tostoi). Num de seus melhores momentos, a música sampleia a voz de Angeli numa batida persistente e sublinha a evidência de que tudo nesse filme emana da pulsação de seu personagem. Não são muitos os perfis de artista com esse grau de coerência.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/837453-festival-de-brasilia-exibe-curtas-sobre-angeli-e-poeta-brasiliense.shtml

28/11/2010 - 17h04

Festival de Brasília exibe curtas sobre Angeli e poeta brasiliense

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ANA PAULA SOUSA

ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Um cartunista obsessivo e um poeta que transformou a arquitetura retilínea em verso foram parar na tela do cine Brasília.

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Os curtas-metragens "Angeli 24 Horas", de Beth Formaggini, e "Braxília", de Danyella Proença, selecionados para a mostra competitiva do Festival de Brasília, levam o espectador aos recantos escondidos da criação artística.

Ambos os filmes usam a criação de seus personagens como fio condutor da narrativa.

Divulgação

Cena do curta "Angeli 24 Horas", que retrata o cartunista que criou a personagem Rê Bordosa, entre outros

Em "Angeli", temos o cartum da Rê Bordosa e as histórias dos escrotinhos a cobrir a fala acelerada do chargista de tipos urbanos e marginais.

O artista obcecado pela criação, que balança a perna ao ritmo do traços que rabisca, explica o que o move e também o que o paralisa.

"Braxília", por sua vez, é todo alinhavado pelos versos do poeta Nicolas Behr, que, na solidão das superquadras, foi criando poemas como "Entre Quadras":

SQS415F303

SQN303F415

NQS403F315

QQQ313F405

SSS305F413

seria isso

um poema

sobre brasília?

seria um poema?

seria brasília

Ao contrário de Angeli, Behr, "revoltado" na juventude, surge hoje mais sereno --apesar de manter intacta a ironia.

Tanto Beth Formaggini quanto Danyella Proença se mostram mais interessadas em explorar os personagens do que as possibilidades do cinema.

Mas isso, no caso dos documentários, pode ser mais mérito que defeito.

www.fac.unb.br/campusonline/cultura/item/625-homens-em-crise - Cached

Sexta, 26 de novembro de 2010 01:32

No documentário e na ficção, eles tentam se encontrar

Escrito por Rodrigues Alves e Lucas Marchesini

De um lado, um cartunista famoso busca conciliar a produção diária de tirinhas populares com o desejo de fazer uma obra mais radical. Do outro, um aposentando solitário procura, pelas ruas do centro do Rio de Janeiro, um sentido para a vida. No terceiro dia do Festival de Brasília, o público serviu de divã para os protagonistas de duas produções exibidas no Cine Brasília.

Angeli 24 horas fez com que muitos se divertissem com o cartunista em crise entre ser pop ou inovador. Opiniões politicamente incorretas levaram a plateia a gargalhas: “Dá para conviver com as drogas, pelo menos eu acho”, disse em uma cena. O curta mesclava depoimentos do Angeli com tirinhas de sua autoria e cenas da cidade e de pessoas de São Paulo.

Maryna Lacerda

imagens nos cinemas noticia noticias trailer tv

http://www.100video.com.br/Portal/Noticias.aspx?NoticiaID=12358

Segundo dia do Festival de Brasília sobe o nível e entusiasma o cinéfilo

por Celso Sabadin em 26/11/2010 às 13:48 festivais e premiações, cinema nacional comente !

Como quase sempre acontece nos eventos de cinema, o segundo dia da mostra competitiva deste Festival de Brasília foi sensivelmente melhor que o primeiro. Tanto nos curtas como no longa metragem.

A noite foi aberta em grande estilo com a exibição do ágil “Angeli 24 Horas”, curta carioca (quase média, pois tem 25 minutos) dirigido por Beth Formaggini. Trata-se de um documentário sobre o cartunista paulista Angeli, suas crises criativas e sua profunda obsessão pelo trabalho. O filme cria uma feliz associação de imagens e idéias relacionando o alucinado processo de criação do cartunista com a nacionalmente famosa velocidade estressante da capital paulista. Há ótimas soluções estéticas para fugir do lugar comum, como a projeção das obras do entrevistado e o cenário misto de luz e traços que emoldura o próprio objeto do filme. Tudo acentuado por uma forte e vibrante trilha sonora, sublinhada pelo som do Cine Brasília, um pouco alto demais, pelo menos para os ouvidos deste senhor que vos escreve.

Celso Sabadin viajou a Brasília a convite da organização do evento.

Veja mais em WWW.festbrasilia.com.br

http://www.dzai.com.br/festivaldebrasilia/blog/festivaldebrasilia?tv_pos_id=71722

Sexta-feira, 26 de novembro de 2010 03:12 pm

Som e imagem

Para realizar as filmagens do curta Angeli 24 horas, Beth Formaggini alugou um set de filmagem, em São Paulo, e criou a projeção que serve como cenário para as entrevistas com o cartunista. "Logo no começo do processo, descobrimos a imensa capacidade narrativa dele. O Angeli não sai do próprio personagem. É uma ator. Então, decidimos dar um palco para ele fazer a performance, como um autorretrato", esclareceu a diretora Beth Formaggini, durante o debate realizado hoje. A música teve um papel importante nesse mergulho na criatividade de Angeli. "Ele desenha ouvindo rock pesado", conta Beth. Para reproduzir a sonoridade de sua obra, ela pesquisou músicas de Jimi Hendrix, Edgar Scandurra e muitos outros, até chegar ao que procurava: as criações do guitarrista Júnior Tolstoi, da banda Volvo Tolstoi, que também acompanha Lenine.

Mariana Moreira - 15h11

http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/cinema/documentario+sobre+angeli+se+destaca+no+segundo+dia+em+brasilia/n1237840087577.html

Documentário sobre Angeli se destaca no segundo dia em Brasília

Festival teve ainda na competição beleza e lentidão do longa "Transeuntes"

Marco Tomazzoni, enviado a Brasília 26/11/2010 14:12

"Angeli 24 Horas": cartunista narra luta para fugir do óbvio no dia-a-dia

As atenções de quinta-feira no 43º Festival de Brasília estavam voltadas para o longa “Transeuntes”, estreia do diretor Eryk Rocha na ficção, mas quem roubou os holofotes da segunda noite de competição foi o curta documental “Angeli 24 Horas”, de Beth Formaggini. Através de entrevistas e tiras do cartunista, se descobre a obsessão e tensão que Angeli sofre diariamente, em cima da prancheta, para fugir do óbvio e radicalizar cada vez mais seu trabalho.

Foi por isso, garante, que ele aposentou figuras queridas pelo público, como os Skrotinhos e Rê Bordosa. Escrúpulos e cobrança própria, que também o impediram, ao contrário do que aconselhou o amigo Mauricio de Sousa, de lançar bonecos dos personagens. “Não ia me sentir bem. Só se a gente apertasse a Rê Bordosa e ela vomitasse vodca”, sugeriu.

Brasília aposta no cinema experimental jovem

• Festival de Brasília divulga júri e programação

Auxiliado por projeções na parede, em uma bela solução visual, Angeli explica tiras, fala de suas influências (mais músicos do que artistas), enaltece Laerte (“olhando ele trabalhar, aprendi a entortar o final de uma história”) e da satisfação de um trabalho bem feito (“às vezes em um pequeno traço e uma palavra, você consegue fazer alguém pensar”). A engajada plateia do festival, que lota o Cine Brasília todas as noites, aplaudiu com força.

http://www.pernambuco.com/divirtase/nota.asp?materia=20101026141852&assunto=99&onde=Viver26/10/2010 14h18 Cinema

Festival de Brasília destaca produção de jovens cineastas

43º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO

De 23 a 30 de novembro

Do Portal Uai

http://www.cineweb.com.br/blogs/post.php?id_blog=1&id_post=56

Celulóide Digital

Brasília olhou o novo e colheu novos caminhos e um descaminho

Por Neusa Barbosa em 02/12/2010

Acercadacana foi uma exceção no panorama dos curtas, na média, fracos este ano. Outras exceções de qualidade foram Angeli 24 Horas, de Beth Formaggini, Braxília, de Danyella Proença (apresentando, com muita propriedade, o poeta Nicolas Behr ao resto do Brasil) e A Mula Teimosa e o Controle Remoto, aula do melhor cinema do diretor Hélio Villela Nunes.

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http://cerradomix.maiscomunidade.com/conteudo/noticias/4063/

O-TRANSEUNTE-SAI-NA-FRENTE-NA-CORRIDA-PELOS-CANDANGOS.pnhtml

O Transeunte sai na frente na corrida pelos Candangos

Tamanho da Fonte Redação CerradoMix

Eryk Rocha e a equipe de o Transeunte no Cine Brasília. Um favorito para vários prêmios

A segunda noite do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi marcado pela a apresentação de dois fortes candidatos ao prêmio Candango. O Transeunte, de Erik Rocha, e Angeli 24 horas, de Beth Formaggini. Cada um ao seu modo levou à tela do Cine Brasília a abordagem do universo urbano e da solidão. O primeiro em um belíssimo trabalho de pesquisa do cotidiano do homem comum, o anônimo que toca a sua vida e que compõe a enorme massa das cidades grandes. O segundo em um mergulho na vida do cartunista Angeli, que estrai da metrópole seus personagens e ambientações.

Angeli, também conseguiu boa aceitação na noite de ontem. Com uma proposta interessante de fundir imagens dos quadrinhos do cartunista com o local da entrevista, a diretora obteve um efeito original e fiel ao mundo criado por Angeli. O próprio personagem parece fazer parte dos seus quadrinhos. Ou seria o contrário? A mistura é bem feita e pontuada pelo mau/humor ácido de um dos quadrinistas mais populares do Brasil.

MACEIÓ, DOMINGO, 28 DE NOVEMBRO DE 2010 ■

cadernos: Livros & Idéias ▪ Maré ▪ Municípios ▪ Religião --!>

CADERNO B

28 de novembro de 2010 Veja outras notícias desta edição

Brasília vê dinâmica dos personagens urbanos

Angeli 24 Horas abriu 2º dia do festival

RAFHAEL BARBOSA* - Repórter

Brasília, DF – Com três filmes distintos em forma, porém conectados no interesse em investigar as inquietações e angústias dos personagens urbanos, o segundo dia de competição do 43º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro deu sequência à sua programação na noite da última quinta-feira (25). Coube ao documentário em curta-metragem Angeli 24 Horas a missão de abrir a maratona, que contou ainda com o curta Contagem e com o aguardado Transeunte, longa de estreia de Eryk Rocha na narrativa ficcional.

Dirigido por Beth Formaggini (Nós Somos um Poema), Angeli 24 Horas traz o cartunista de volta à sala escura após Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’Roll e Dossiê Rê Bordosa. O filme se lança no universo do cartunista por um caminho, digamos, mais convencional que seus antecessores, porém nem por isso menos eficiente. Enquanto o diretor César Cabral utiliza a morte de Rê Bordosa (um dos mais cultuados personagens de Angeli) como pretexto para entrar na mente do autor, Formaggini faz o mesmo dando voz ao próprio artista através de uma longa entrevista captada em estúdio. Segundo a diretora, uma maneira de tirá-lo de seu “habitat” para inseri-lo num “universo gráfico”. No cenário, apenas uma mesa, uma cadeira, e ao fundo desenhos que remetem às tirinhas do biografado. Um acerto da ótima direção de arte, que em momento algum se sobrepõe à narrativa.

Deu no Correio Brasiliense durante o Festival de Brasília

Palco de Angeli

Aplaudido em cena aberta, o curta Angeli 24 horas garantiu cumplicidade da plateia logo nos primeiros depoimentos do cartunista, que aceita embarcar num autorretrato irreverente. “Ele topou o convite na hora. Mas nas primeiras conversas que tivemos, percebi que ele não se desgruda do personagem que criou de si mesmo. Ele é um ator. Decidi dar um palco para o Angeli”, contou a cineasta Beth Formaggini, que produziu longas como Peões e Edifício Master, de Eduardo Coutinho.

O esmerado trabalho de cenografia, inspirada nos traços do artista e assinada por Roberto Eiti, impressionou o entrevistado. “Ele suava em bicas.

Ficou impressionadíssimo com o cenário que construímos dentro de um estúdio”, relembrou Beth. Na tela, a cidade de São Paulo é quase tão importante quanto o trabalho do artista. “Foi natural. Ele é de São Paulo, dos punks, dos doidões, do bar.”

http://www.revistacinetica.com.br/brasilia10dia2.htm

in loco - 43o festival de brasília

Dia 2: O particular universal

por Fábio Andrade

Angeli 24 Horas, de Beth Formaggini (Brasil, 2010)

Na segunda sessão da competição nacional do 43o Festival de Brasília, a programação reuniu três filmes que misturam registros dissonantes e buscam uma harmonia - quando não uma expressão de personalidade - na promoção desses encontros. Angeli 24 Horas, de Beth Formaggini é um documentário tradicional de depoimentos - no caso, todos do próprio Angeli, cartunista e protagonista do filme - pontuado com imagens em time lapse da cidade de São Paulo, e de pessoas na rua, encarando a câmera - recurso que, conjugado à fala do cartunista, traduz visualmente sua estratégia de pinçar personagens de seu cotidiano na cidade. A opção é o maior sopro de vitalidade no filme que, a rigor, é muito dependente da força das falas do próprio Angeli, e um tanto previsível em sua aderência formal (rock na trilha-sonora, ampliação das tiras do cartunista, registro de um dia de trabalho, etc). Com a sequência de interrupções da filmagem em time lapse, o filme destaca a proximidade em modalidades artísticas que por vezes parecem mais distantes; ele volta a ser percebido como uma tira de quadros em movimento, não muito diferente do movimento da própria história em quadrinhos. Porém, a repetição sistemática e pouco variável da estratégia se arrasta ao longo dos 25 minutos de projeção, perdendo dramaticamente sua força a cada nova reiteração. Angeli 24 Horas acaba apenas como um registro - em certa medida estilizado, mesmo que de maneiras um tanto banais - da fala de seu personagem, e os limites de suas virtudes não são muito mais amplos do que os de uma reportagem de televisão.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

ANGELI - O Cartunista do Caos

Texto de Jose Sette

7 de fevereiro de 2011

Assisti com muita atenção ao filme da mineira de Montes Claros, hoje vivendo no Rio, sobre o cartunista paulista Angeli e seu extraordinário trabalho na arte do desenho e da prosa urbana expressa em seus singulares personagens.

O filme “Angeli”, que eu vi em um DVD e me foi gentilmente presenteado pela diretora/produtora/fotógrafa/colecionadoras de peças incontáveis da arte brasileira, Beth Formaggini, me emocionou profundamente, pois sou admirador, embora casual, de tudo que eu já havia visto e lido desse grande artista brasileiro, sem jamais ver o seu rosto, sem nunca imaginar como seria a sua pessoa e muito menos o seu personagem. Não conseguia vê-lo como também nunca consegui descobrir o rosto do enigmático Crumb.

Naturalmente para mim o primeiro impacto foi ver o rosto do Angeli. Ora! Surpresa! Que figura simpática, desprovido da vaidade de se saber grande, ele abre, ou melhor, rasga o seu coração para o público observador, falando sentado em uma mesa de bar e envolto por todo o seu universo onírico espalhado em grandes ampliações em preto e branco por todo o estúdio onde as cenas foram feitas. Resultando uma projeção espetacular de perspectivas e contrastes muito bem capturados pela correta fotografia em digital do paulista Cleisson Vidal e muito bem editada pela Joana Collier e Thais Blank.

A grandeza deste filme está no ar despojado do artista do traço torto e da cidade reta, opressora e soturna, no que ele retrata em finas pinceladas, muito bem editadas em sua complexidade narrativa, revelando-nos uma beleza futurista, preto, branca, às vezes cinza, sem cor, exacerbando a perspectiva graficamente perfeita na composição cênica de um filme de estúdio com esse genial artista envolto em suas tirinhas projetadas de desenhos como se fossem telões expressionistas vistos por ângulos retos de uma câmera de retrato lambe-lambe, isto é: fixa; imóvel, mas sem ser acadêmica, déjà-vu.

Lembrei-me muito do meu filme sobre Goeldi.

As imagens que justificam o subtítulo 24 horas, embora possuam um enquadramento deslumbrante da paulicéia desvairada, são na minha concepção estética, repetitivas, quase obsessivamente, o que é bom no contexto da narrativa. Mas quanto à somatória de todos os planos de efeito retira o tempo-espaço do artista, que neste registro cinematográfico nos dá um show de interpretação e presença, perdemos a magia da vida, representada pelo estúdio do cenário expressionista, trocando-a pelo realismo acelerado e frio da metrópole, confrontando-nos em busca do equilíbrio perfeito entre o cenário e a ação em um só momento, nos fazendo sentir à ausência carismática de Angeli, nem que seja por alguns minutos, quando se mostra fotograficamente (o fundo neutro no primeiro plano da ação) as veias pulsantes da cidade observada criativamente da sua prancheta de desenho onde ele se debruça, não só às 24 horas do subtítulo, mas toda uma vida.

Quero dizer algo sobre a trilha: ouvindo novamente o filme pude, muitas vezes, compreender o virtuosismo do guitarrista e do percussionista, ambos em um free-rock, se posso assim chamar, criando climas cinematográficos de grande beleza em 24 minutos de uma trilha alucinada que não acaba, é cíclica, como o ir e vir dos movimentos das luzes dos veículos sobre o viaduto... Algumas vezes sensacional e outras “caliente”, quando esquentam as cenas externas, mas não a usaria no texto da paixão pelo rock mesmo sublinhado pelo solo profundo da guitarra histérica. Não levaria o som (ruído surdo) da cidade para dentro do estúdio, é por isso, pelo ruído surdo de uma grande metrópole que o som do rock deve ser ouvido bem alto. A trilha, eu penso, não deve nunca competir com a imagem mas sim exaltá-la, dignificá-la.

Mas isso, minha cara diretora, só são pequenos detalhes críticos, minúcias que devem ser lidas de um artista para outro artista. Artista que não quer ser crítico, pois na verdade sempre quando assisto aos meus próprios filmes, autocrítico e obstinado que sou, eu penso sempre refazer algumas pequenas coisas que vejo com binóculos afinados, assim Beth, amante do bom cinema, pode ter certeza, tenho a maior simpatia pelo filme que você fez e creio que esta obra, este documento fundamental a nossa história, deveria ser premiado, em todos os festivais de cinema que ele venha a participar, com o melhor roteiro, com o melhor ator, com o melhor cenário, com a melhor fotografia e sem dúvida nenhuma, com a melhor direção.