A Terra Prometida, de Henri Gervaiseau, do Ceará, com 52 minutos. A região da Chapada do Araripe, situada na fronteira entre Ceará, Pernambuco e Piauí, é o cenário de tradições orais e mitologia dos índios Cariri. O trabalho desenvolvido pela organização não-governamental Fundação Casa Grande/Memorial do Homem do Cariri tem por objetivo a descoberta, a valorização e a difusão do rico patrimônio arqueológico, mitológico e cultural da região a partir da intensa participação de crianças e adolescentes da comunidade, em sua maioria pobres ou de origem modesta.
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terça-feira, 16 de setembro de 2008
A Etnografia da Amizade
Sinopse:
O seu cinema e as suas idéias merecem a reflexão e a aposta. Paulo César Saraceni investe nas imagens e na afetividade. Seus filmes apostam no que de mais importante podemos jogar – os significados da liberdade. Portanto, vamos rever sua obra e com a mente aberta para a arte, artistas e inventores. Introjetar a vida existente nestas matérias da memória. O filme quer “amorosamente desvelar sentidos e formas para buscar no homem a magia da obra”.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Casimiro
sinopse
Os cineastas Paulo César Saraceni e Mario Carneiro seguiram os passos do poeta Casimiro de Abreu em Barra de São João, sua terra natal. CASIMIRO traduz em imagens a linguagem deste romântico revelando a forte visualidade de um dos poetas mais populares do Brasil.
Filmmakers Paulo César Saraceni and Mario Carneiro follow the trajectory of poet Casimiro de Abreu in Barra de São João, his native town. The film CASIMIRO translates the language of this romantic writer into images, revealing the strong visuality behind one of the most popular Brazilian poets.
Dogui
SHORT FILM “DÓGUI”
Production Company: 4Ventos
Running time: 16 minutes
Date of Production: February 2006 – March 2008
SYNOPSIS
The short feature "Dogui" tackles the theme of globalization from an unexpected point of view, that of a dog. The characters are hand drawn and digitally animated against actual backgrounds.
The film shows how Dógui got so depressed that he couldn’t stand the pressure any longer and gave in to irrational hatred. And how, feeling betrayed by chance, he took matters into his own hands.
FILM CREDITS / CREW
Directed, written, produced and edited by Julia Martins
Executive Producer: Beth Formaggini
Director of Photography: Tiago Scorza
Illustrations: Helio Jesuíno
Animation: Silvia Guimaraens / Will Alves
Voices: Bruno Ratsen / Miguel Martins / Hélio Jesuíno
Sound Design: Bernardo Gebara
Music: Adapted from Arthur de Faria & Seu Conjunto / The Gilbertos
Prodution Managers: Vanessa Azevedo / Erick Maximiano
FILM CAREER (since June 2008)
Prizes: Innovation in Narrative Award at the III Cascavel International Cinema Festival (06/2008, PA – Brazil) / Best Short Animation at the II Cabo Frio Shorts (06/2008, RJ – Brazil)
Official Selections: 31st Guarnicê Cinema Festival (06/2008, São Luís, MA – Brazil) / Philadelphia Independent Film Festival 2008 (06/2008 – USA) / II Cabo Frio Shorts (06/2008, RJ – Brazil) / Cinesul 2008 (06/2008, Rio de Janeiro – Brazil) / III Cascavel International Cinema Festival (06/2008, PA – Brazil)
Nobreza Popular
SINOPSE:
Nobreza Popular é protagonizado pelas mulheres congadeiras da comunidade de Chapada do Norte - Vale do Jequitinhonha - MG , que se divertem durante a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Focaliza seus gestos , cantos e danças os rituais ligados å água quando pedem chuva e outras graças à Virgem do Rosário.
Bricolage
BRICOLAGE
26'
Sinopse
A percepção do artista. Bricolar para entender
obra e homem. Pedaços de memória, filmes,
recortes e idéias. Pedaços do fazer.
Direção e Roteiro: Ricardo Miranda
Direção de Fotografia: Antônio Luiz Mendes Soares
Segunda Câmera Ricardo Miranda
Assistência de Câmera: Haroldo Borges
Montagem: Joana Collier
Edição de som Luiz Eduardo Carmo
Direção Musical Cirilo Gonot
Produção Executiva: Beth Formaggini
Direção de Produção: Valéria Burke
Assistência de Produção: Clarisse Vianna
Produção: Canal Brasil
Brasil - 2008
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Walter.doc
Novela da Santa Casa
NOVELA NA SANTA CASA,
A PROMESSA DA FELICIDADE
De Cathie Levy. França/Brasil – Documentário –2007 –130 min
Stendhal escreveu: 'A beleza é a promessa da felicidade'. A frase resume bem o filme de Cathie Levy 'Novela na Santa Casa', um filme sobre sonhos, esperanças dessas mulheres que vão à Enfermeria 38, onde funciona o Serviço de Cirurgia Plástica do Professor Ivo Pitanguy na Santa Casa de Misericórdia: um lugar único no mundo. Lá, a cirurgia estética é acessível a todas as classes sociais e o trabalho é voluntário. A cineasta francesa filmou durante 5 meses, acompanhando o processo, a viagem rumo à cirurgia de 7 personagens. Tudo começa na fila, onde as mulheres esperam pela consulta inicial desde a madrugada. 'Cada uma vai realizar o seu sonho', diz Valéria. 'Se Deus e Pitanguy quiserem', responde sua filha Fernanda. Será? A promessa da felicidade será mantida?
Após o filme haverá um debate."
Joaquim Pedro.doc
Joaquim Pedro.doc – Ação entre Amigos
Brasil, Video Digital, cor, 52 min, 2004
Diretor: Mario Carneiro
Produtor: Beth Formaggini
Empresa produtora: 4 Ventos/ Canal Brasil
Fotografia: Mario Carneiro
Som: Bruno Espirito Santo
Montagem: Marcia Medeiros
Amigos, família e colaboradores de Joaquim Pedro de Andrade, tais como Albert Maisles, Eduardo Escorel, Walter Lima Jr, PC Saraceni, lembram do cineasta com carinho e admiração.
Nós Somos um Poema
NOS SOMOS UM POEMA
(Documentário, 15 minutos, 2008)
35mm
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Um filme de Sergio Sbragia e Beth Formaggini
Produção
LUMEARTE
Co-produção
4Ventos
Serpente Filmes
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Ficha Técnica
Direção
Sergio Sbragia e Beth Formaggini
Roteiro e Montagem
Sergio Sbragia
Produção Executiva, argumento e pesquisa
Lú ARAUJO
Direção de Fotografia
Antonio Luiz Mendes Soares
Assistente de Camera e Colorimetria
Haroldo Borges
Direção de Arte e Figurino
Helena de Lamare
Som Direto e Edição de Som
Rodrigo Lopes
Música Original
Pixinguinha e Vinicius de Moraes
Mixagem
Alexandre Jardim
Damião Lopes
Assistente de produção
Roberto Wong
Interpretação das músicas
Elza Soares
Jards Macalé
Céu
Diogo Nogueira
Mariana de Moraes
Marcelo Vianna
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
MEMORIES FOR DAILY USE
MEMÓRIA PARA USO DIÁRIO
94`/ 2007/ Doc
Produção-executiva Roteiro e Direção: Beth Formaggini
Realização 4Ventos e GTNM-RJ
Apoio: Uniao Europeia
Sinopse:
Nosso fio condutor é Ivanilda, que durante 31 anos procurou nos arquivos sinais do seu marido desaparecido político. Suas idas e vindas se trançam com as ações de militantes e parentes das vitimas da ditadura e da violência policial dos dias de hoje que vão desvelando outros fios pelas ruas e cemitérios clandestinos do Rio. Eles pertencem ao Grupo Tortura Nunca Mais /RJ e interagem entre a lembrança traumática e o esquecimento no trabalho de trazer à tona a memória de fatos recentes, revelando a seletividade da história oficial e de construir uma memória política. Pensam o passado para que se possam libertar o futuro dos fantasmas que ainda nos perseguem no presente.
Sinopse inglês:
MEMORIES FOR DAILY USE
Ivanilda searches for evidence proving her husband, missing since 1975, was arrested by the government. Romildo is looking since 1973 for the body of his brother, in a cemetery on the outskirts of Rio. Leda visits the street named after her son, murdered by the military dictatorship, so that his name may never be forgotten. Mothers cry for their children, recently murdered by the police in the favelas. They belong to Tortura Nunca Mais group in Rio de Janeiro. Torture still haunts the families who have not had the chance to bury their loved ones. They interact between remembrance, traumatic oblivion and citizens' rights - the work of bringing to view the memory of recent facts, unveiling the selectiveness of official history. It' about the construction of political memory. Thinking the past, so that we may liberate the future from the ghosts that still haunt our present.
Prêmios e festivais percorridos:
Melhor Documentário Júri Popular Festival Internacional de Cinema do RJ 2007; Melhor Documentário Júri da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta Metragistas /RJ no Festival Internacional de Cinema do RJ 2007 ; Seleção Oficial Mostra Internacional de Cinema de SP 2007; Seleção Oficial Mostra Internacional Do Filme Etnográfico 2007; Seleção Oficial Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá 2008; Festival de Cinema Comunicurtas de Campina Grande- Paraíba 2007; Vitória CineVideo na UFES, Cine Metropolis, Universidade Federal do Espírito Santo 2007 ; Seleção II Mostra de Cine y Direitos Humanos da América do Sul – 2007 exibido no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasilia, Belo Horizonte, Belém, Porto Alegre, Recife , Fortaleza. ; Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano de La Habana, Cuba 2007, Festival de Cinema de Cuiabá 2008.
O filme teve diversas exibições acompanhadas de debates com a participacão de membros do GTNM/RJ e da diretora. No Brasil foi exibido : na Escola Técnica da FIOCRUZ, RJ; no Cineclube Aquiry do Núcleo de Produção Digital em Rio Branco, Acre; no Cineclube ABDEC na “Casa de Rui Barbosa”, RJ; “Circo Voador”; na II Jornada de Direito da PuC , no Caco da UFRJ; no “Curso de Extensão Direitos Humanos em Tela na UERJ, no Núcleo de Políticas Publicas para os Direitos Humanos, NPPDH, UFRJ; no Cine Teatro do Museu Imperial de Petrópolis, Petrópolis.
E no exterior: no Dockanema – Festival de Documentários de Maputo, Moçambique, Latin American Center, UCLA, Los Angeles, EEUU; no Centro de Estudos latino-americanos Universidad da California Berkeley,EEUU, no VI Congreso Internacional de Salud Mental y Derechos Humanos, organizado por Asociación Madres de Plaza de Mayo, Buenos Aires, Argentina e na Muestra de "Cine que Piensa", del Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano de La Habana, Cuba.
Memória Para Uso Diário, e o nome não podia ser melhor. Mais que um filme para forçar o acesso emotivo a um passado coletivo submerso e dar voz a vítimas que se tornaram heróis, este é um projeto lindamente pragmático em sua militância: entre as diversas calhordices cometidas contra os revolucionários antiditadura militar e suas famílias, a mais grave foi certamente o apagamento da dimensão visível de sua história, e se há reparação possível, ela só pode se dar pelo “uso diário” do que sobrou desta gente – sua imagem, seus nomes, os signos associados a eles. Em algum momento do filme, vemos uma parente de um dos militantes assassinados pelo regime falar sobre a perversidade embutida na invenção da expressão “desaparecido político”. É contra esse apagamento que Beth Formaggini investe, e o faz pelo desmascaramento, antes de tudo. A ditadura, como o cidadão brasileiro médio a conheceu, era a das imagens icônicas e da propaganda nacionalista institucional, largamente apresentada no prólogo do filme: não apenas os diversos cartazes e slogans repetidos à exaustão pelo regime, mas também a ostentação da caça e prisão dos vários “terroristas”, alardeadas nos jornais e na tevê como se aquele fosse um ambiente de faroeste, um “procura-se vivo ou morto” onde o rosto de um perseguido só tinha serventia até que ele fosse capturado – depois disso, o limbo, a morte secreta e o desaparecimento. Uso diário é a experiência cotidiana desta memória, a ação corriqueira que nem por isso deixa de carregar todos os sentidos emocionais e políticos de que está preenchida. Numa das seqüências mais impressionantes do filme (e impressionante justamente por mostrar o caráter habitual da lembrança, e não o grande alarde profundo e pomposo que projetos dessa natureza costumam ter) acompanhamos a visita de Romildo a um cemitério no subúrbio carioca onde se suspeita que seu irmão tenha sido enterrado. Com a ajuda de uma amiga e também ex-militante, o homem começa a listar, de cor e com nome completo, dezenas de pessoas que faziam parte do mesmo aparelho de guerrilha do morto, montando um quebra-cabeça de identidades perdidas que surgem com a naturalidade de quem fala de amigos de infância. Romildo e a amiga não conheceram a maior parte daquelas pessoas em vida, e a única ligação que mantém com elas é a coincidência de terem participado junto com o irmão da luta armada. A memória é superficial e posterior, como a nossa, espectatorial, mas diferente de nós (e do filme), um nome dito é mais que a estampa de uma época, ele é o próprio reaparecimento, a alcunha perversa se desfazendo em nome do presente destas pessoas, mesmo que apenas oral e corriqueiro. É assim, no limite de sua própria inviabilidade, que Memória Para Uso Diário vai se equilibrando. Porque há algo na sobrevivência dessa lembrança que está marcado por um irremediável senso de história íntima que nem todo o caráter coletivo da luta revolucionária pôde superar. Quando Tânia Roque visita a escola que leva o nome de seu marido morto pela polícia da ditadura, vemos uma celebração da figura de Lincoln Bicalho Roque que é marcada pelo reconhecimento emocionado para a família, enquanto nunca perde a sensação de valorização de uma ausência e de um vazio para os pequenos alunos e suas professoras. As crianças carregam faixas com o nome do militante, cantam enfileiradas o hino da escola, que exalta sua luta, fazem perguntas no microfone sobre quem foi e o que fazia aquele homem, mas, no fundo, nunca assumem estes discursos e essa celebração como sua propriamente. Ponto de não-retorno definitivo é quando o filme leva um grupo de familiares dos desaparecidos pelas ruas de um bairro carioca para buscar endereços e placas que homenageiem ex-guerrilheiros (encontram no caminho, por exemplo, uma Praça Lamarca, ironicamente abandonada ao capim pelo poder público). É quando a mãe de Marcos Nonato da Fonseca encontra a rua com o nome do filho, mas, com uma placa enferrujada que impede o reconhecimento do nome, recorre a alguns dos moradores curiosos do lugar para que lhe dêem uma conta de luz que comprove a homenagem. Com a conta na mão, a mulher se dirige à câmera e mostra orgulhosa o nome do filho, enquanto um abismo se cria com o fundo do quadro, onde os moradores ainda não sabem direito do que se trata aquele fuzuê todo, e talvez nunca venham a saber ou se interessar. Não há chamado à memória e ao exercício da reparação que Beth Formaggini e o Grupo Tortura Nunca Mais (financiadores institucionais do filme) possam fazer sem que se esbarre neste abismo. A clandestinidade é a única marca da luta antiditadura que resistiu ao tempo, porque essa memória também é clandestina e, independente dos esforços de ambas as partes, ainda inviável. Em Memória Para Uso Diário utiliza-se a estratégia do nome completo e do retrato 3x4 das vítimas, reforçados pelos letreiros finais que listam todos os ditos “desaparecidos políticos” do país, e ainda assim esta é apenas uma personificação de segunda ordem. É uma fissura da própria sociedade brasileira e sua incapacidade de lidar efetivamente com o período militar que acaba se espalhando para o cinema, do qual o filme de Formaggini acaba não deixando de ser um louvável retorno à regra. Não houve julgamento dos torturadores, não se prenderam os responsáveis pelas mortes, e as vítimas vão sendo indenizadas na surdina, em processos lentos e financeiramente desproporcionais. Do mesmo modo, este cinema brasileiro que fala da ditadura nunca conseguiu nem sequer levar a cabo a máxima godardiana de que as vítimas são sempre filmadas de frente, enquanto os carrascos aparecem sempre de costas. Este acordo tácito pelo esquecimento torna mesmo a filmagem das vítimas um problema – e não só porque, como neste caso, o que resta delas é um retrato ou uma placa de rua. Mais do que a forçosa relação entre os desaparecidos dos 60 e os desaparecidos dos 2000, que o filme faz ao propagandear as ações do Grupo Tortura Nunca Mais contra o abuso policial sobre jovens da periferia e das favelas cariocas, o que Memória Para Uso Diário faz de realmente novo e instigante sobre esta relação do país com seu passado é filmar não os personagens da tragédia, mas seu depositário. Em poucos planos dos arquivos públicos nacionais onde uma viúva tenta buscar provas de que seu marido foi morto pelo Estado e, portanto, merece uma pensão do governo, vemos finalmente materializado todo o horror da desimportância que tanto a ONG como o filme tentam combater. Confusos, sujos, improvisados, escuros, os arquivos são o retrato mais fiel da falta de retrato: pastas e mais pastas com nome completo e eventualmente fotos dos mortos e desaparecidos, sem que isso possa garantir que as histórias guardadas ali possam um dia ser verdadeiramente ouvidas e revisitadas. Abril de 2009 |